sexta-feira, 3 de abril de 2009

Imaginações aleatórias, interpretações diversas

Há aproximadamente um mês atrás (ou mais) a Fabiana me pediu pra postar sobre a música Dom Quixote, do Engenheiros do Hawaii. E eu fiquei me perguntando o que é que se pode falar sobre essa música. Sim, porque para alguns que sabem de minhas histórias, ela fez parte de um momento de "queda", problemas amorosos, sabem como é. Agora, já recuperado de todo o drama e inclusive com o perdão de ambas as partes, simplesmente não há o que dizer sobre essa música.

Sim, mas isso até ontem, ou sexta, talvez (março). Porque esse fim de semana (também em março) serviu para pensar, bastante até, refletir sobre algumas canções do portoalegrense (eu ia dizer "gaúcho", mas me parece que o Humberto fica puto quando o chamam assim), conversas de msn, reflexões sobre a vida e sobre os pensamentos.

O blog se chama Variações de um Mesmo Tema não à toa, ou porque soa bonito. É porque, no fundo, todos os posts falam sobre o pensamento, sobre as várias interpretações que podemos fazer do mundo, do dia-a-dia, da vida. E então, por que não tentar pensar novamente sobre essa canção, num novo ponto de vista, num novo momento?

Dom Quixote (Engenheiros do Hawaii)

Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário

Muito prazer, meu nome é otário

Na ponta dos cascos e fora do páreo

Puro-sangue puxando carroça


Um prazer cada vez mais raro

Aerodinâmica num tanque de guerra

Vaidades que a terra um dia há de comer


"Ás de Espadas" fora do baralho

Grandes negócios, pequeno empresário

Muito prazer, me chamam de otário

Por amor às causas perdidas


Tudo bem... Até pode ser

Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem... Seja o que for

Seja por amor às causas perdidas

Por amor às causas perdidas


Tudo bem... Até pode ser

Que os dragões sejam moinhos de vento

Muito prazer, ao seu dispor

Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas


Representação de Dom Quixote, de Miguel Cervantes

Então eu me pergunto: quem seríamos nós? Dom Quixote? Moinhos? Ou seríamos as causas perdidas? Interessante que no começo ele se compara a coisas nobres sendo utilizadas para fins fúteis. Mas, por quê? Com que objetivo?

Acaso não há em nosso meio pessoas que vivem assim? São pessoas com potencial que são menosprezadas, que se rebaixam diante de qualquer situação, que se rebaixam diante de alguém só porque determinada pessoa possui um título de graduação, um cargo numa empresa ou no governo. Seria isto a sociedade? Por que eu deveria me rebaixar diante de alguém que possui um doutorado, um mestrado, que estudou no exterior ou que é um ministro, um prefeito, governador, presidente? Sabemos que não são pessoas tão "grandiosas" assim que ocupam boa parte dos cargos públicos hoje. Então, por quê?

Enfim, as causas perdidas talvez não sejam causas perdidas. é uma causa perdida lutar contra a guerra no Oriente Médio, no Rio, em Campo Mourão, na África? É uma causa perdida lutar por aqueles que têm fome, que sentem frio? É perdida a ação daquele que se associa a uma rede internacional como o Avaaz, por exemplo, que coleta assinaturas ao redor do mundo para enviá-las aos líderes do G-20, nas cúpulas trimestrais que acontecem? Eu sou parceiro do Avaaz e participo de praticamente todas as campanhas, e posso dizer que temos conseguido algum êxito em nossas negociações. Barack Obama é uma nova esperança também para nós. Seria ele também uma causa perdida? Sim, porque na verdade ele não influencia coisa alguma no mundo. É só mais um nome. A vida da maior nação do mundo, levada à falência pela corrupção e má administração não nos influencia?? Exemplo: gasolina importada dos EUA e O.M., a R$2,65/L. Países auto-suficientes no petróleo vendem a R$1,70 +-. Isso sem falar que a nossa gasolina é uma das que mais possui álcool na mistura - cerca de 24%.

Sinto por aqueles que lutam ainda hoje, como os membros da Associação de Proteção aos Animais São Francisco de Assis, de CM, do Avaaz, do Greenpeace, do Sea Shepherds, PETA, WWF, Leitura Brasil, Teatro Mágico, os jogadores de futebol que investem nas crianças carentes, as pessoas normais que investem nas crianças, como o Projeto Cáritas, tbm de CM... Por mim, que fico aqui postando essas bobagens enquanto a humanidade se acaba em guerras, corrupção, drogas, etc... Não estou com vontade de ficar pensando nesses aspectos agora.


Pra encerrar a discussão, digo o seguinte:

- É fato que Deus é soberanamente Justo e Bom, Ama a todos incondicionalmente e jamais nos deixará perecer diante de Si;

- Tudo o que acontece no Universo tem um propósito. As coisas não acontecem por acaso e absolutamente tudo tem um lado positivo. Sempre;

- A estes que me dizem dom Quixote, tal como me denominei um dia, por conta de uma desilusão (demoninação essa com motivo), meus pêsames. Vocês estão perdendo sua vida com ideais pessimistas e pouco progressivos;

- Àqueles que me apóiam, que eu apóio, aos que trabalham pelo futuro da humanidade (e não pelo futuro de sua poupança, como essas entidades citadas anteriormente), assim como toda a população que faz sua parte para a preservação da nossa mãe Natureza e da nossa sociedade, sinto-me extremamente satisfeito, muito feliz mesmo ao pensar em tudo o que fazemos e em tudo o que ainda podemos fazer, se assim o desejarmos. Não desistamos de nossa caminhada!

- Sobre tudo isso que eu disse para encerrar o post, jamais generalizem minhas falas. As coisas que digo se encaixam à maioria, ou pelo menos, à parte mais evidente de determinado grupo de pessoas ou objetos aos quais eu me referir. Por exemplo, se eu disser que políticos são corruptos, não quis dizer que são TODOS corruptos, mas sim a maioria ou a parte mais evidente desse grupo. =)

Espero que tenha conseguido agrdar aos que esperavam por esse post ;)