terça-feira, 4 de junho de 2013

As Brumas e Você II

Há várias manhãs naturalmente gélidas nesta distante cidade. A paisagem esbranquiçada faz lembrar aquele texto, escrito há algum tempo, sobre as brumas e você. Obviamente, a imaginação flui por todas as ruas, todas as esquinas, todas as casas, árvores e o que mais passa por mim enquanto transito pela cidade: você está aqui, comigo, em todos os momentos. A vontade de abraçá-la, de sentir a presença do seu corpo é sempre grande. A vontade de sentir seu perfume, seu beijo... Mas não sua presença. Mesmo distante, SEI que você está comigo o tempo todo. E isso é simplesmente encantador. Sinto-a comigo sempre, a cada dia de modo mais intenso. Isso faz-me abrir um sorriso grandioso.
Quis revirar meus históricos de mensagens, de Skype, Facebook, e qualquer outra coisa que tivesse aqui comigo, só para poder montar uma compilação e publicar tudo aqui, tudo junto, para que pudesse fazer a minha grande declaração, para que pudesse, de alguma forma, demonstrar meu amor por você. Mas, mais uma vez, percebo a tolice desse pensamento.
De que adiantaria fazer um compilado, um único texto, fazer um único momento se tornar tão grandioso? O resultado seria um: uma grande demonstração de amor. E depois? O que aconteceria? Nada. Teria de recomeçar tudo, novamente. Porém, com uma certeza: eu teria de fazer algo ainda mais grandioso, um monumento, talvez, para superar minha maior declaração, feita aqui, a maior declaração já feita por alguém. E, por razões óbvias, eu não poderia fazer isso. Eu não tenho condições de levantar um monumento. Eu sou pequeno, sou bobo, sou apenas um garoto e um garoto não pode ser um grande personagem.
É engraçado pensar como nós, seres humanos, somos limitados. Há tanto por fazer e nós criamos tantos outros compromissos que o tempo parece escasso. O tempo, na verdade, sempre foi o mesmo, mas a cada dia parece passar mais e mais rápido, enquanto nós ficamos aqui, sem saber se criamos um grande texto ou um texto grande.
E, perdido em minhas escolhas de todo dia, enquanto estou longe de você, sinto-me feliz, porque há duas grandes certezas em meus dias: com ou sem as brumas, os nossos sentimentos mudam apenas para melhor, ficam mais fortes e mais intensos, mais belos e mais pontuais; e, perdido no tempo, vejo-o passar sempre ligeiro, apressado, me deixando para trás com o pó, como o pouco que sou, arrastando-me consigo, até que eu consiga chegar mais perto de você, como seu menino, como seu pouco. Com estas pequenas declarações e com estes pequenos gestos, na forma de um pequeno presente. Porque todos esses gestos bobos são pequenas frações do todo que é meu mundo em você ♥