domingo, 24 de janeiro de 2010

Ilex paraguariensis

Olá, queridos amigos viajantes das highways infinitas pelo universo paralelo da imaginação.
Hoje quero postar uma música para uma pessoa muito especial.
Milady Erilva, imperatriz das terras quentes do nordeste pediu-me um comentário sobre algumas canções dos Engenheiros, querendo entender meus pensamentos. Acontece que esta música é algo como um refúgio mental para mim. Basta o stress chegar e, cantando-a, imagino as cenas acontecendo, seja comigo, seja com o próprio Humberto Gessinger. Posso ver os detalhes: a garrafa térmica na mesa, a cuia na mão, a porta aberta e a suave neblina subindo cedo do campo que se estende para os morros, onde a grama verdinha floresce, molhada pelo sereno... A única sensação é a solidão, que nesse instante é sinônimo de segurança, de conforto - mesmo que a solidão resulte em um corpo de mulher de curvas perfeitas, deitado sob o edredon no quarto ao lado, repousando após uma noite calorosa. Porém, aquele momento é o da solidão e o único companheiro é o calor do mate quente descendo pela garganta, forrando o estômago e saciando a sede noturna.
Então, mesmo não sendo exatamente o pedido de Eri, vamos à música:

Ilex paraguariensis

Hoje eu acordei mais cedo, tomei sozinho um chimarrão
Procurei a noite na memória... Procurei em vão
Hoje eu acordei mais leve (nem li o jornal)
Tudo deve estar suspenso... Nada deve pesar

Já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver
Tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer
Hoje eu acordei livre: não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda

Ainda era noite, esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água sem deixar ferver
Hoje eu acordei, agora eu sei viver no escuro
Até que a chama se acenda

Verde... Quente... Erva... Ventre... Dentro... Entranhas
Mate amargo, noite adentro, estrada estranha

Nunca me deram mole, não (melhor assim)
Não sou a fim de pactuar (sai pra lá)
Se pensam que tenho as mãos vazias e frias (melhor assim)
Se pensam que as minhas mãos estão presas (surpresa)

Mãos e coração livres e quentes: chimarrão e leveza
Mãos e coração, livres e quentes: chimarrão e leveza

... Ilex paraguariensis...
... Ilex paraguariensis...


É como um grito de liberdade, sinto-me como fazendo parte da natureza ao cantar essa música. Como se nada que estivesse ao meu alcance pudesse me ferir, pois o mundo está à minha volta e me protege de qualquer mal. Há uma sensação de segurança, de leveza... Simplesmente difícil explicar. É a imaginação fluindo de leve e atingindo o mais profundo abrigo dentro da alma.

E 2010, de certa forma, começou assim, pra mim - leve, como brisa, com ar de liberdade, de "não dever nada" e estar sem nada me prendendo. Os planos para este ano já sofreram algumas modificações. Aconteceram coisas pelas quais eu não esperava, reações que temia e que me forçaram a replanejar meus próximos dias. Espero que aos poucos os novos planos possam se encaixar no meu dia-a-dia sem prejudicar nada.

Enfim, minha formatura está chegando e quem me conhece sabe o quanto estou ansioso. Há diversas coisas que estou esperando para o dia 30 de janeiro, entre elas, obviamente, minha formatura. Mais especial, porém, serão duas visitas que receberei:


Uma é a Annieli, menina que não tenho nem palavras para descrever. Alguém que merece todo respeito e consideração. Certamente de minha parte (e de meu pai, seu fã #1) ela tem muita confiança. =D













A outra visitante é a Isabela. Dessa também não tenho muito que falar - sua presença e meus olhos já falam o necessário. Estou muito feliz por sua presença nesse dia tão importante e também pelo fato de ela ter aceitado a proposta de ser minha madrinha. ¢.¢

Só vai faltar mesmo milady Eri, que infelizmente (ou não) está longe demais. Mas o tempo que resolve todas as coisas certamente nos dará as oportunidades necessárias para corrigirmos o que ainda fica suspenso ente nós.



Beijos a todos que passarem por aqui para partilhar de minha alegria!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Alívio Imediato

Post especial para milady Erilva, Imperatriz das terras quentes, a seu pedido. Espero que ajude a esclarecer algumas coisas. ;)

Esta pequena canção já teve várias versões e eu vou tentar mesclar alguns versos tentando não perder aquilo que for original.

O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia bombardeada, a libido e o vírus
O poder, o pudor, os lábios e o batom

O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
Holofotes que iluminam a libido e o vírus
O poder, o pudor os lábios e o batom

Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide todos se separam
A diferença é o que temos em comum

Que a chuva caia como uma luva, um dilúvio um delírio
Que a chuva traga alivio imediato
Que a noite caia de repente, caia tão demente quanto um raio
Que a noite traga alivio imediato

Não há nada de concreto entre nossos lábios
Só um muro de batom e frases sem fim
Holofotes nos meus olhos cegam mais do que iluminam
Nem caiu a ficha e já caiu a ligação

Há espaço pra todos, há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossíveis
E quebra o silêncio e parte o coração

Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
Duas Alemanhas, duas Coréias
Tudo se divide, todos se separam

Que a chuva caia como uma luva, um dilúvio um delírio
Que a chuva traga alívio imediato
Que a noite caia de repente, caia tão demente quanto um raio
Que a noite traga alívio imediato


Observa-se uma grande sensação de desconforto com a realidade em que todos nós vivemos - distantes ou não dos fatos citados e demais grosseiras tragédias sociais que enfrentamos no nosso dia a dia de "humanidade".
É interessante e engraçada a forma como nós - humanos - somos desumanos com a sociedade em que vivemos. A começar pelo lixo que produzimos e descartamos em qualquer lugar. Muitos justificam com um "Tem quem junte; se não jogar, não vai ter emprego...". Isso é vergonhoso. Você gostaria que um irmão, pai, ou mesmo seu filho trabalhasse juntando o lixo que vc joga na rua? Acredito que não. Você não gostaria de trabalhar juntando o guardanapo com o meu sangue ou cuspido de nojo.

Hoje coisas tão frequentes se repetindo ao redor do mundo passam por nós como algo comum, normal, que faz parte do cenário. Oras, como pode um terremoto que custou a vida de mais de 100 mil pessoas - ok, talvez nem todos tenham morrido, mas suas famílias sim, suas fontes de renda, de alimento, de água, de higiene, de paz, sim - por exemplo de pessoas como Zilda Arns (além de outros desconhecidos que trabalhavam pelo bem da população) ser algo comum?

Há vários governos, destaque para EUA e Brasil (sim, EUA) que os estão ajudando. Tão lindo não é? Fico muito feliz por isso. E ao mesmo tempo sinto nojo. Claro, porque no nosso muro de Berlim particular eu percebo que nós subimos uma escada e olhamos para o horizonte, vemos as guerras no centro-leste europeu, terremotos na América central, Ásia e Oceania, as guerras civis intermináveis na África, confrontos étnicos na Irlanda e Espanha, ataques terroristas no Oriente Médio e alguns casos ao redor do mundo... E nos apiedamos. Sentimos tanto por aqueles irmãos que estão se perdendo na violência!
Assaltos em SP, tiroteios no RJ, a violência na periferia de nossas cidades... E não conseguimos ver a desgraça na periferia de nossa vida medíocre. Sabe por que? Porque nós não olhamos para o lado, nem para baixo, próximo ao nosso muro particular. Já que ali, na nossa Berlim, estamos seguros, não somos capazes de perceber aqueles que clamam por socorro em nossas voltas.

QUE FIZEMOS COM NOSSAS VIDAS?

Vocês devem estar se perguntando "Será que ele está falando da mendicância? Da violência doméstica? Das drogas e do tráfico de pessoas e mercadorias?" Não, seus manés. Eu estou falando, além disso, das enchentes que estão acontecendo no nosso país. Alguém já fez alguma coisa pra ajudar? VOCÊ já fez alguma coisa pra ajudar???

Em nossa boca não existem mais palavras de verdade. Apenas uma maquiagem barata, comprada num camelô, que serve para cobrir as marcas da preocupação, do medo do stress que passamos diariamente. Pra quem não entendeu, eu estou falando de rugas, porque na verdade, é isso que são as rugas. Admita logo. E quando surge um problema, o que fazemos? Nos afastamos de todo mundo. Por que não pedimos ajuda, desculpas ou coisa assim? Quando rola uma briga porque você está com problemas, vc se afasta. Quando o outro está com problemas, você o agride e ele se afasta. Ninguém pensa na ajuda. Se há um desequilíbrio vamos descobrir onde está o ponto fraco e fortalecer as nossas bases, por que não?

É isso o que eu penso. Apenas espero que a chuva desse novo dia caia como uma luva, um dilúvio, um delírio... Que a noite caia de repente, tão demente quanto um raio, para que a realidade se esvaia por um instante pelo menos, para que eu possa descansar e assim conseguir quem sabe algo como um alívio imediato...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Brasil, país de tolos!

Este é um comentário que Danilo Gentili, do CQC, escreveu a respeito da piada de Robin Williams sobre o RJ e sua escolha como cidade-sede das Olimpíadas de 2016, no programa do David Letterman, um dos mais importantes entrevistadores do mundo, cujo programa é copiado por diversos apresentadores:


"HA, HE, HI, ROBIN WILLIAMS!

Uns anos atrás, os Simpsons vieram pro Brasil Homer foi sequestrado. Bart ficou excitado com a loira de short enfiado na bunda que apresentava um programa infantil na TV. O menino pobre que a Lisa ajudou não tinha o que comer, mas estava muito feliz desfilando no Carnaval.

Esses dias, Robin Willians falou o seguinte: "Claro que o Rio ganhou de Chicago a sede das Olimpíadas. Chicago levou Michele e Oprah e o Rio levou 50 strippers e 500g de cocaína".
Eu ri! Advogados, autoridades e populares se revoltaram nos dois casos. Eles não se revoltam, não se mobilizam, não processam, não abrem inquéritos, não fazem passeatas quanto ao sequestro, pouco importa a loira vagabunda apresentadora de programa infantil, a idiotice do carnaval, o tráfico de drogas e a prostituição que acontecem na vida real bem debaixo do nosso nariz.

Eles se revoltam só quando usam isso pra fazer piada. A piada realmente boa sempre ofende alguns e mata de rir outros por um motivo simples: a boa piada sempre fala de uma verdade. Num País onde aprendemos a mentir, enganar, roubar, tirar vantagem desde cedo, a verdade não diverte: assusta. O cara engraçado pro brasileiro é sempre aquele que fala bordões manjados, dá cambolhatas no chão em altas trapalhadas, conta piadas velhas, imita o Silvio Santos e outras personalidades ou faz um trocadilho bobo mostrando ser um ignorante acerca dos assuntos. Esses bobos passivos nos deliciam porque não incomodam ninguém! Um cara que faz um gracejo com uma verdade inconveniente pro brasileiro é como o alho pro vampiro - merece ser execrado.

O brasileiro é uma gorda de 300 quilos que odeia ouvir que é gorda. Ela faz um regime pra parar de ouvir isso? Não! Regime e exercício dão muito trabalho É mais fácil ir ao shopping, comprar roupa de gente magra, vestir e depois acomodar a bunda na cadeira do McDonalds. O problema é que nem todo mundo é obrigado a engolir que aquela "fábrica de manteiga" é "Barbie", só porque está com a roupa da Gisele Bundchen. Então é inevitável que mais hora, menos hora, alguém da multidão grite: "Volta pro circo!" ou "Minha nossa! É o StayPuff com o maiô da Dayane dos Santos?". Então a gorda chora. Revolta-se. Faz manha... Ameaça. Processa. Porque, embora ela tenha tentado se vestir como uma magra, no fundo, a piada a fez lembrar que ela é mais gorda que a conta bancária do Bill Gates. A autoestima dela tem a profundidade de um pires cheio de água.
Ao invés de dizer que "Robin Williams tem dor de corno", prefeito do Rio, vá cuidar primeiro da sua dor de mulher de malandro. Sabe mulher de malandro? Sim, aquela que apanha, apanha, apanha mas engole os dentes e o choro porque acha que engana a vizinha dizendo: "Eu tenho o melhor marido do mundo".
Advogados: Vocês já são alvo de piadas por outros motivos. Já que se incomodam com piadas, evitem ser alvo de mais algumas delas, não processando Robin Williams. Em vez de processo, envie pra ele uma carta de gratidão. Pense que ele estava num dos melhores programas de TV do mundo e só falou de puta e cocaína. Ele poderia ter falado por exemplo, que o turista que vier pras Olimpíadas, se não for roubado pelo taxista, o será no calçadão. Poderia também ter dito que o governo e a polícia brasileira lucram com aquela cocaína do morro carioca que ele usou na piada. E se ele resolvesse falar algo como: "As crianças do Brasil não assistirão às Olimpíadas porque estarão ocupadas demais se prostituindo"?

Ah... E se ele resolvesse lançar mais uma piada do tipo:"Brasileiro é tão estúpido, que se preocupa com o que um comediante diz, mas não se preocupa com o que o político em quem ele vota faz..."?

Enfim... São muitas piadas que poderiam ter sido feitas. Quem é imbecil e se incomoda com piada, não seja injusto e agradeça ao Robin Williams porque ele só fez aquela. E depois brasileiro insiste em fazer piada dizendo que o português é que é burro."

Robin Williams, durante programa Late Show, de David letterman, quando faz piada sobre a escolha do RJ como sede das olimpíadas de 2016.

Não esmoreça e nem desista. Trabalhe duro! Afinal, milhões de pessoas que vivem do Bolsa-Família, sem trabalhar, dependem de você!"


"Acho impossível que um indivíduo contemplando o céu possa dizer que não exista um Criador". (Abraham Lincoln)

*Vídeo da abertura do programa com o comentário de Robin Williams: http://www.youtube.com/watch?v=8hBUF9K1d-4&feature=player_embedded

Peço desculpas por postar novamente um texto longo, mas nesses casos vale mesmo a pena parar um tempinho e refletir sobre o tema. eu apenas me pergunto: será necessária toda essa preocupação com uma piada falando sobre a REALIDADE, já que o mundo acabará em 2012? Claro, porque pros brasileiros é assim - quando ganhamos alguma coisa, vai acontecer algo realmente ruim antes de desfrutarmos o prazer da vitória... (risos)
Creio que não seja necessário (nem possível) outros comentários sobre o texto. Beijos a todos!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Osho - Deuses e Demônios

Isso aqui está uma verdadeira safadeza. Lembra até o Senado. Sempre deixando pra depois.
Mas, 2010, ano novo, vida nova... Novos planos e ambições. Vamos ver se agora eu consigo postar novamente. =D

Beijos a todos e boa leitura!



- Osho, você disse que todas as crianças nascem como um Deus. Contudo, meus dois filhos são bastante diferentes desde que nasceram. Um é sereno e muito bonito, mas o outro já parecia perturbado antes mesmo de ser influenciado por qualquer condicionamento. Como devo lidar com essa criança difícil?

- Isto levanta uma questão básica. A existência em si é divina. De onde vem então o demônio? De onde vem o mal, o imoral, o inaceitável? O bom está certo, porque nós fizemos dele sinônimo de Deus. Bom significa Deus. Mas de onde vem o mal?
Isto tem confundido a humanidade há muito tempo. Por mais que voltemos atrás, este problema sempre existiu na mente humana.
A solução é lógica. A solução que a mente pode dar é dividir a existência, criar uma dualidade.
É dizer que existe Deus, aquele que é bom, e existe o diabo, o demônio, belzebu, satã, aquele que é ruim.
A mente pensa que o problema está resolvido: tudo que é mau vem do diabo e tudo que é bom vem de Deus.
Mas o problema não está resolvido; só foi um pouco afastado. O problema permanece o mesmo.
Você o afastou um passo, mas não resolveu nada.

- Então, de onde vem o demônio?

- Se Deus é o criador, então deve ter criado o demônio em primeiro lugar, bem no princípio.
Ou Deus não é o supremo criador e o demônio sempre existiu, como o inimigo, como a força antagônica - então ambos são eternos.
Se o demônio não foi criado, não pode ser destruído e assim o conflito continua eternamente. Deus não pode vencer; o demônio estará sempre causando distúrbios.
Isto não é o problema para os teólogos cristãos, ou para a teologia muçulmana ou zoroastriana, porque todas estas três teologias seguiram a solução simples sugerida pela mente. Mas a mente não pode solucionar isto. Há uma outra possibilidade que não vem da mente e será difícil que a mente a entenda. Essa possibilidade surgiu no Oriente, particularmente na Índia; Essa possibilidade é:

Não há nenhum demônio, não há dualidade básica: só existe Deus; não há nenhuma outra força.

É isto que significa advait, a filosofia não-dual. Só existe Deus. Mas nós vemos que o mal existe.
Os hindus dizem que o mal existe na sua interpretação e não em si mesmo. Você o chama de mal porque não pode entendê-lo, ou porque está perturbado por ele. É a sua atitude que o faz parecer mau. Não há nenhum mal. O mal não pode existir. Só existe Deus, só o Divino existe.

Agora considerarei o seu problema sobre estas bases:

*Duas crianças nasceram - uma é boa a outra é má. Por que você chama uma de boa? E por que diz que a outra é má? A realidade é essa mesma ou é apenas interpretação sua? Qual é a criança boa - e por quê?
Se ela é obediente, é boa; Se é desobediente, é má. A que o segue é boa e a que resistir é má. Tudo o que você diz, uma delas aceita; Se diz: Sente-se em silêncio - ela se senta. Mas a outra tenta desobedecer, tenta rebelar-se - esta é má.
Isto é interpretação sua. Você não está dizendo nada sobre a criança; Está dizendo algo sobre a sua mente.

Porque a obediente é a boa? Na verdade, os obedientes nunca são brilhantes, nunca são muito radiantes, geralmente são insípidos. Nenhuma criança obediente tem sido um grande cientista
ou um grande religioso, ou um grande poeta - nenhuma criança que seja obediente.
Só os desobedientes se tornam grandes inventores, grandes criadores; Só os rebeldes transcendem o velho, chegam ao novo e penetram no desconhecido.

Mas, para o ego dos pais, o obediente é considerado bom, porque isso ajuda o ego. Quando a criança o segue, seja lá no que for que diga, você se sente bem; Quando a criança resiste e nega, você se sente mal. Mas uma criança realmente viva será rebelde.

Porque deveria seguí-lo? Quem é você? E por que ela deveria obedecê-lo, só porque é o pai?
O que você faz para ser um pai? Você é apenas uma passagem - e isso também é bastante inconsciente. O seu sexo não é um ato consciente - você é empurrado por forças inconscientes para dentro dele. A criança foi só um acidente: não era uma expectativa sua; Você nunca esteve conscientemente atento a quem estava convidando para vir.
A criança chegou de repente como um estranho. Você assumiu a paternidade, mas não é o pai.
Quando digo que você assumiu a paternidade, é uma coisa biológica. Você não seria necessário -
até uma seringa poderia ter feito isto. Mas você não é o pai porque não está consciente.
Não fez um convite, não pediu para que uma alma particular entrasse no útero de sua esposa, de sua bem amada. Você não trabalhou para isto.

E quando a criança nasce... O que você faz para isso? Quando diz que a criança deve obedecê-lo, está suficientemente seguro de que sabe a verdade para que ela o siga? Está suficientemente seguro e certode que compreendeu alguma coisa que a criança deve seguir? Você pode forçar a si mesmo sobre a criança porque ela é fraca e você é forte. Esta é a única diferença entre vocês dois. Mas você é tão infantil, tão ignorante - ainda não cresceu, não amadureceu. Sente raiva assim como a criança, sente ciúmes como a criança, e se entretém com brinquedos exatamente como ela - seus brinquedos podem ser diferentes, um pouco maiores, mas só isso.

**O que é a sua vida? O que você alcançou? Que sabedoria conseguiu para que a criança o siga
e diga sim a tudo o que você diz?**

Um pai estará consciente disso: Não forçará nada sobre a criança. Pelo contrário, permitirá que a criança seja ela mesma, auxiliará para que ela seja ela mesma. Dará liberdade à criança, porque se ela sabe alguma coisa, tem que saber que o interior só cresce através da liberdade. Se ele experimentou qualquer coisa em sua vida, sabe muito bem que a experiência precisa de liberdade - quanto maior a liberdade, mais rica é a experiência. Quanto menor a liberdade... não há possibilidade de experimentar. Se não houver liberdade nenhuma, então você terá experiências imprestáveis, imitações, sombras, mas nunca algo real, nunca o autêntico.
Ser pai de uma criança significa dar a ela liberdade cada vez maior, torná-la cada vez mais independente, permitir que se mova no desconhecido - onde você nunca esteve.
Ela o transcenderá, estará à sua frente, ultrapassará todos os limites que você conheceu. Ela precisará ser auxiliada, mas não forçada, porque se você começar a forçar estará matando, estará assassinando a criança. O espírito necessita de liberdade - cresce em liberdade e somente em liberdade.

Se você é realmente um pai, sente-se feliz quando a criança é rebelde. Nenhum pai quer matar o espírito da criança. Mas vocês não são pais. Estão doentes de seus próprios males. Quando você força uma criança a seguí-lo, está simplesmente dizendo que quer dominar alguém. E como você não pode fazer isso no mundo, pelo menos você pode dominar, possuir essa pequena criança.
Você está sendo um policial para a criança. Quer satisfazer certos desejos insatisfeitos através da criança - dominar, ser ditador. Pelo menos pode ser um ditador para a criança; Ela é tão fraca, tão jovem e indefesa. Depende tanto de você, que pode forçá-la a qualquer coisa. Mas pela força você a estará matando. Não estará fazendo com que ela nasça, estará destruindo-a.
E a criança que obedece parece boa - Porque está morta. A que se rebela, parece má, porque está viva. Por termos perdidos nossas próprias vidas somos contra a vida. Por já estarmos mortos antes que a morte tenha chegado, queremos sempre matar os outros. As maneiras são sutis. Você pode matar em nome do amor. Pode matar em nome da compaixão. Pode matar em nome da manutenção. Encontramos belos nomes, mas, no fundo, está sentado o assassino.

"OSHO, Meu Caminho, O Caminho das Nuvens Brancas."