Voltar a escrever exige inspiração. E inspiração assim, depois de tanto tempo, exige algum esforço. Para se obter êxito necessário se faz concentração, talvez em demasia, talvez não. Mas em meio a este vasto Universo existem seres especiais que servem para inspirar e dar vida a alguns pensamentos, pobres folhas recém nascidas das mentes criadoras de poetas, compositores, escritores, cientistas, ou apenas daquele homem que analisa o céu durante um tempo e, ao unir estrelas com linhas e agulha imaginárias, traça rotas para seus pensamentos se concretizarem dentro de si mesmo e, assim, dar sentido a sua vida, seja lá qual for (o sentido, ou a vida).
Estes seres - falemos deles - são como ... Não, não podem ser estrelas. Porque estrelas surgem no céu numa noite e permanecem lá, iluminando por anos-luz a vida dos observadores e, mesmo durante o dia, sabemos de sua presença, magnitude e poder. Sabemos também do seu poder de destruição, visto que são uma chama poderosa, incontrolável, que arde até que se acabe seu combustível. Estes seres não podem ser assim.
Também não podem ser estrelas cadentes, porque apesar de toda sua beleza, características únicas e encantamento, se vão tão rápidos quanto chegam. E também não podem ser flores, cujo perfume, por vezes inebriante, sofrem com as secas ou chuvas excessivas, acabam-se após alguns dias de magistral beleza, e só aparecem quando há condições ideais para isso.
Estes seres, porém, são como árvores. Mas não uma árvore qualquer. São grandiosos e imponentes como uma sequóia, fortes e resistentes às más condições climáticas, como as palmeiras. Existem durante gerações e mais gerações, como as Cicas, dão flores belas, coloridas, de formatos variados e e de aromas inigualáveis, sempre que desejarem, assim como as orquídeas, mas muito mais duradouras e belas.
Porém, além de todas estas características, estes seres - ou criaturas, como acharem melhor - dão algo ainda mais importante: o fruto. Um fruto que não é doce, mas agrada a todos os paladares. Um fruto que não tem suco, mas mata a sede de carinho, amizade, amor, companheirismo. Um fruto que não mata a fome, que não tem proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais, mas que tem sorrisos, secam lágrimas, apoiam, criticam quando oportuno, que embelezam tardes de inverno e fazem as manhãs serem mais agradáveis, por alimentar a alma.
Estes seres, tão grandiosos, ainda possuem o colo generoso de um Baobá, que recebe nos braços as nossas crianças interiores em momentos de aprendizado, de dor ou de folia, e nos sustentam calorosos, protegendo-nos contra os monstros do mundo.
Deus colocou em meus dias seres assim, e ainda surgem alguns, por vezes, me surpreendendo. Assim, risco estas linhas com gratidão, generosidade e amor, pois é graças a estes seres - estas musas, que não necessariamente são mulheres, apesar do termo genericamente feminino - que consegui tantas conquistas, tantos bons resultados, e toda a inspiração necessária para produzir meus textos, minhas brincadeiras, minhas teimosias e, até mesmo, meus maiores amores, cultivados e sustentados por toda vida.
Recebam esta singela homenagem como símbolo da nossa união. Que nossas vidas permaneçam unidas, independente da distância que exista entre nós. Deus os abençoe, meus amores.
P.S.: Que sirva, principalmente, como felicitações para a amiga Erilva, que hoje faz alguns tantos anos (muitos mais do que se possa imaginar), e que por todos estes anos tornou meus dias mais alegres, como um bônus diário de felicidade. Surgiu como um brotinho, em meio à vastidão da terra, e rapidamente cresceu e mostrou-se grande diante de mim. São 8 anos de amizade, 8 anos de aventuras imaginárias e apoio constantes. Histórias que se perdem no tempo, mas nunca serão apagadas das lembranças. Felicidades, engenheira =)