sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Recomeço

Sexta feira, dia 21 de dezembro de 2012. As pessoas estão aguardando o fim do mundo, conforme (dizem) está descrito em um calendário Maia encontrado recentemente. Porém, o que as pessoas não percebem (e já foi, inclusive, corrigido pelo tradutor do documento) é que foi feito um trocadilho com as datas: 21, 12, 20, 12. Na verdade, acho uma grande besteira. O calendário cita o dia 23 de dezembro (sim, domingo e não hoje). O calendário não cita o fim do mundo, mas sim o retorno de um grande deus-imperador (ou imperador-deus, se alguns preferirem). Minha pergunta, no fim, é: que diferença isso faz?

1- Muitas pessoas estão planejando assassinatos, pilhagens e, principalmente, suicídios. Isso é uma diferença estrondosa e catastrófica. E essa ideia me assusta.
2- Muitas pessoas estão deixando seus lares, suas famílias, porque querem fazer algo que estão com vontade (que nem sempre atendem aos requisitos citados no post de ontem). Exemplos: beber cerveja até derreter o pâncreas, usar drogas, abusar do sexo ou qualquer outra coisa, sair por aí, sem destino, só pra estar em um lugar qualquer (percebam: não é em algum lugar, é em lugar qualquer, e isso tem significados diferentes). Pessoas abandonam suas vidas para morrer onde nunca estiveram, como nunca estiveram. Abandonam todos os seus propósitos.
3- Eu estou aqui, você não está aqui. Você está aí e eu não estou aí. Onde está a justiça se, depois de tudo, nem mesmo posso estar ao seu lado, diante do fim? A propósito, isso não se aplica a uma única pessoa, mas a algumas bem especiais. Poucas, de fato, mas eu realmente ficaria muito feliz se ao menos pudesse me despedir delas. Embora, todos saibam, há uma, em especial, que me faria abandonar tudo, se fosse o fim.
4- Tenho fontes consideravelmente seguras com previsões para os anos de 2017, 2035, 2057 e alguns anos seguintes. Então, não vão me convencer disso.
5- Para mim, o mundo está em um processo contínuo de fim. Fim da injustiça, fim da vista grossa, fim do comodismo, fim da corrupção. Observo os feitos do honorável senhor Juiz Joaquim Barboza Neto e fico impressionado com a coragem, a audácia e o senso de justiça deste homem que está realizando não mais que o seu trabalho, de forma honrosa. Observo as mudanças que promovi em minha vida, em prol de causas nobres. Coisas que sempre fiz e que não me despertavam qualquer sentimento negativo, hoje vejo com extremo incômodo, o que me leva a buscar estas mudanças, muitas vezes, intensas e claramente perceptíveis. Não estou mudando minha essência. Nem pretendo fazer isso. Mas há detalhes, há fatos, manias, hábitos (ou falta deles) que me tornaram uma pessoa insuficientemente capaz de sustentar alguns pilares essenciais da vida. E são esses detalhes que permitem a construção destes pilares, que não são os principais, mas reforçam as estruturas, como um todo.


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21 de Dezembro de 2012. O mundo não vai acabar hoje. O mundo está acabando já há cerca de um ano. E vai continuar a acabar-se, até que esteja completamente modificado pois, embora as coisas se acabem, a lentidão contínua e proposital permite se construa um novo mundo, enquanto o atual se despede daquilo que um dia foi.